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Mostrando postagens de 2018

Mais do que falar (Crônica)

Era uma casa muito engraçada. O teto estava bem ferido pelo tempo, pelas chuvas torrenciais daquela região e um pouco pelas trocas súbitas de temperatura que assolavam aquelas redondezas. O clima de São Paulo é uma grande caixa de surpresas.          A casa foi presente dos pais, mais da mãe que decidiu morar em outro lugar após a morte do marido, isso abalou bastante os irmãos Bruno e Sofia, mais Sofia, que não conseguiu retornar pra casa depois do acontecido e casou com o prodígio da matemática dos anos 2000, ganhador de uma série de prêmios e filho de pais empresários bem sucedidos. A irmã de Bruno pareceu pensar pouco antes de seguir com o matrimonio, é algo bem compreensivo, família rica significa muitas garantias.          Bruno assumiu a singela residência. Assumiu os três quartos pequenos e compactos. Assumiu o teto rachado, a mesa de jantar regular de madeira 160 centímetros. Assumiu os talheres, os copos, os pratos, a geladeira, a televisão de tubo da Semp Toshiba, as

Pouco depois da meia noite (Poesia)

Caminhos estreitos Escrituras confusas Depende da vontade Depende da estrutura A madrugada abraça Ela é obrigatória O tempo sempre passa Não se importa com a história É melhor se atentar Pois basta um piscar de olhos para essa realidade escapar Passado se constrói Se renova E dessa forma prova Que o tempo é a maior das provas Maior filtro De poder infinito E já faz um tempo que voltamos ao inicio Ao principio do principio Não há como escapar Essa brisa noturna vai passar E a dica de hoje é, se não pode vencê-la É melhor se deixar levar

Aquela tal maldição (Poesia)

Cada som projetado De mínimo impacto Incomoda os cinco cantos Audição, visão, paladar, Olfato Tato, fato; sabe Me perco com facilidade E depois da chegada da bruxa Isso virou normalidade Ela está nos adornos do meu quarto Refletida no espelho ao lado do criado-mudo Ela caminha sobre as paredes e sobre o piso Sobe as escadas afetadas, veste veludo puro Domina os armários Devolve fé aos desacreditados Deixa sua marca em cada passo Deus vou precisar de um marca-passo A cada barulho nos quartos O coração ameaça parar Um sorriso na memória, a maldição retorna E não consigo controlar Completamente enfeitiçado Rendido pelas tentações da vida Já que meu destino é ficar preso à algo Então que seja em minha prisão favorita  

Bom dia (Crônica)

     O sol desapareceu num piscar de olhos. Meu consultório de psicologia havia sido banhado pelo silencio total, indo da porta de madeira ao meu divã seminovo. Respirei fundo “1,2,3”, tranquei tudo e sai.          A seta no alto da porta indicava que o elevador estava descendo bem devagar. Coloquei a mão no bolso do meu casaco e apanhei com os dois dedos da mão direita um cigarro clássico, levei até meus lábios cautelosamente enquanto curtia aquela singela “vibe” do ambiente. O elevador soltou um som de aviso e a porta se abriu, estava vazio por dentro, me identifiquei profundamente.          Voltando pra casa naquele início de noite, o trânsito pareceu complicado no começo, entretanto, logo mostrou o que era de verdade: um caminho tranquilo com poucos veículos nas avenidas... Bem esquisito, não era feriado. Um piscar de olhos, sons da rotina, meu cigarro no final e minhas chaves no fundo do bolso esquerdo da calça jeans.               Encarei a porta de meu apartamento humilde

Egoismo (Poesia)

Talvez seja eu Talvez eu seja você Talvez não sejamos dois Talvez eu esteja longe de saber A distancia, a irrelevância Nossos furos e promessas São fragmentos de desesperança De uma relação afundada na inércia Dois homens na frente de um espelho Ou quem sabe só seja reflexo Resultados da genética e da rotina De um universo complexo Talvez seja só eu Na real, não sei explicar A verdade irmão, é que as fases da vida são como estações E meu trem acabou de chegar.  Olá queridos e queridas aqui quem fala é o E.L (Que saudade) e e ssa foi a poesia de hoje... Voltei. Espero do fundo da minha alma que vocês tenham gostado e entendido a mensagem por trás dela. Se possível comentem e avaliem o post. Compartilhem o blog nas redes sociais e espalhem a loucura. Sigam o blog e se é sua primeira vez aqui na minha mente veja as outras poesias! E se ainda não curtiu, curta a nossa página no facebook:  https://www.facebook.com/filosofiadeumlouco .  Um grande abraço para todos vocês,  qu

Tensão (Crônica)

Roberto decidiu dessa vez pegar o elevador para chegar ao andar de seu escritório. Na verdade, esse momento pode parecer simples na vida de qualquer um, mas para a rotina “fitness” daquele trabalhador, usar o elevador era quase que um pecado, entretanto, aquele dia começou com uma chuva torrencial tão poderosa, que apesar de ter durado apenas três minutos e quarenta e sete segundos, foi capaz de acabar com o trânsito da marginal paulista. O caminho com o veiculo demorava em média, uma hora, doze minutos e treze segundos, multiplique esse valor por dois e então perceberás que não foi um dia fácil para nosso querido trabalhador. Estressado e sem esperanças de um mundo melhor o rapaz adentrou correndo ao saguão do prédio e nem deu bom dia para a recepcionista. Pensou em subir as escadas como de costume, mas também pensou em como não queria de forma alguma pensar em atividade física naquele momento... Optou pelo elevador.          Dentro daquele cubículo que se movimentava vertica

Poeta do absurdo (Poesia)

Quando o céu escurecer E o mundo se afundar no breu Estarei gravando em minhas folhas "O poeta do absurdo, sou eu" Quando a ordem ruir E o caos tomar conta dos seus Estarei nadando no vazio e dizendo "O poeta do absurdo, sou eu" Quando me encontrares escrevendo Em frente a estátua do anjo que se perdeu Rogarei aos céus frase sublime "O poeta do absurdo, sou eu" Quando por sobre a tragédia Eu poetizar sobre o que doeu Meu grito de dor será claro "O poeta do absurdo, sou eu" Porque quando os rios secarem E perder o sentido o nome Amadeu Encontrarás escrito no meu registro "O poeta do absurdo, sou eu" Quando a ciência quebrar todos os limites E o meio obrigá-lo a ser ateu Direcionarei a ti direto do fundo do poço "O poeta do absurdo, sou eu" Quando essa corrente de imperfeições Abraçar o coração que escureceu Sussurrarei suavemente em seus ouvidos "O poeta do absurdo, sou eu" Porque quando a